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domingo, 9 de outubro de 2011

O Pé-de-pano e a propensão ao consumo

Agora pouco eu vi um comentário do Pé-de-Pano em Duquesa apaixonada, apoiando a decisão dela, o de casar com um rapaz de vinte e cinco anos, baseado na premissa de que a vida é uma só e podemos fazer de tudo para aproveitá-la, principalmente quando o bolso está cheio.

Pé-de-Pano é um misterioso colaborador do GD Terra e ele é o autor de vários comentários que botaram os nossos conceitos morais contra a parede. Apesar de vivermos no topo da história do capitalismo, tem coisas que eu aprendi com minha mãe, o padre José e amigos, de que nem tudo pode ser mercantilizado, como, por exemplo, cobrar um casamento para dançar em público com uma duquesa podre de rica.

No meu comentário, eu desaprovei a atitude da duquesa, mostrando ao mundo que o dinheiro pode comprar o amor. Já o Pé-de-Pano questiona: Por que não?

Essa é uma questão difícil de responder, porque o meu argumento está calcado no clássico ensinamento religioso de que isso pode e aquilo não pode. Mas muito mais importante que desaprovar a duquesa é eu me arrepender dos meus erros, ao invés de pensar em jogar tijolos na cabeça da duquesa o melhor seria eu me livrar desse vergonhoso mau hábito de falar mal do Sr Adilson.

Diante do exposto, o melhor jeito de responder à questão da Selma, é respondendo que o casamento da duquesa é apenas um negócio, vantajoso para o moço que tem estômago suficiente para andar de mãos dadas em público com um senhora de muita idade, vantajoso para a duquesa que mostra ao mundo que é possível até comprar o traseiro do Pé-de-Ano (o único trabalho é acertar o preço), e vantajoso principalmente para a imprensa que garante o patrocínio daqueles que vendem produtos para consolidar a nossa vaidade.

O único problema é a bendita linha que separa a vida da morte. Já pensou se São Pedro questionar por que vendemos a nossa alma ao materialismo histórico, vai adiantar jogar a culpa no Pé-de-Pano?

Frank K Hosaka
fhosaka@uol.com.br (11)8199-7091 Diadema-SP

Sugestão de Leitura: Equação de Drake e os extraterrestres

Um comentário:

  1. Olá pessoal,

    Tendo em vista uns dizerem que isto pode e aquilo não pode, e que o isto de uns é o aquilo de outros, passei a ter dúvidas a respeito do que seria lícito ou não fazer.

    Em função disto, acabei adotando, para todos os propósitos práticos, que seria lícito fazer tudo aquilo que é meu direito e não ofende ou coloca em grave risco a direito maior que este.

    No caso em debate, o noivo, adulto, aparentemente de posse de suas faculdades mentais, está fazendo uso de seu direito de casar-se livremente com quem deseja, pelos seus motivos, com uma pessoa, adulta, que aparenta juízo razoavelmente perfeito, por sua própria vontade e pelos motivos dela.

    Não consegui perceber se um deles está desrespeitando a direito maior que este, ou seja, de decidirem com liberdade com quem desejam se casar, seja por que motivo seja.

    Aparenta-me que cada um de nós pode também ter livremente a sua opinião pessoal a este respeito, é nosso direito. Que terminaria aí.

    Pois se interferíssemos passaria a ser desrespeito para com o direito deles, algo como uma arbitrariedade. Pois não gostaríamos que outros interferissem no nosso casamento, gostaríamos?

    Pelo que percebo do mundo, pode ser que São Pedro não fique assim tão bravo com eles.

    Se ele barrar a todos os que casam por algum interesse, exceto a paixão desenfreada, que na cultura ocidental passou a ser vendida pela literatura e depois na mídia como a única justificativa aceitável para o casamento, o paraíso seria um deserto, pois além disto haveriam todos os outros motivos para barrar os candidatos.

    []

    Robson

    Um aprendiz

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