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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fé e Opinião

Olá pessoal,

O artigo sobre a conjectura do funcionamento do mundo físico teve a finalidade de estabelecer alguns conceitos, ainda que sem detalhamento, que permitam avançar algumas discussões, as quais ficariam muito complicadas sem que uma base mínima fosse estabelecida.

Não vou postar nada mais substancial e nem me envolver muito em debates até o final de semana. Pois não considero produtivo discutir questões mais complexas sem que alguma base mínima esteja estabelecida.
Enquanto isto, de modo a não deixar vazios interpretativos, escrevo um pouco sobre detalhes outros.

A posição pessoal de uma pessoa em relação a um assunto pode ser, em termos bem gerais, produto de fé ou de análise, a qual pode assumir vários níveis de rigor.

O que é decorrente de fé não depende de nada, a não ser da decisão da pessoa em considerar algo como verdadeiro.

O que é produto de análise pode gerar diversos tipos de conclusão, as quais podem ser basicamente classificadas como opinião, inferência, hipótese, tese, conjectura, teoria, parecer técnico ou uma conclusão formalmente estabelecida em função de evidências lógicas ou empíricas indiscutíveis, ou seja, em silogismos e teoremas.

Cada qual tem um nível de credibilidade, função do nível de rigor, da quantidade e da qualidade das evidências empíricas e lógicas que sustenta aquela posição.

Apesar de tudo isto, não há garantia nenhuma de que algo fundado apenas na fé não seja correto e que uma teoria científica não seja incorreta.

Mas uma coisa entendo que podemos considerar com o mais elevado grau de certeza permitido a nós humanos: o que é absurdo é absurdo.

Ou seja, se contraria à Razão, não tem como ser verdadeiro. Não há como acreditar, por exemplo, que “a” é diferente de “a” no mesmo período de tempo, pois todos sabemos que a=a, ou seja, que algo é sempre igual a si mesmo no mesmo intervalo de tempo.

Por hoje é só.

[]s

Um aprendiz
Somente a Verdade prevalecerá
Paz e felicidade a todos

4 comentários:

  1. Há realmente várias maneiras de ver o mundo. E para se ver o mundo dos mais variados modos há de se vestir os óculos que permitem a visão mais agradável. Podemos colocar os óculos da filosofia, da tecnologia, do materialismo ou da religião. Até mesmo aqueles óculos que permitem uma visão cor de rosa da vida. Eu gosto de ver o mundo acreditando que quando Deus fecha uma porta, abre sempre uma janela. Muitas vezes repeti isso ao longo de minha vida. Muitas vezes portas foram fechadas e depois com alegria vi que depois de tempos janelas eram abertas.
    No momento que a porta é fechada custa-se a crer que a janela será aberta. E é essa a fase mais difícil da vida: viver sem a porta, à espera da janela. E é nessa hora que há necessidade da fé.
    Uma fé do tamanho ou bem maior que um grão de mostarda bastaria para resolver – pelo menos – a dor da alma.

    Abs.

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  2. Olá Selma (e olá pessoal),

    Quando as portas são fechadas realmente fica difícil manter a cabeça fria. Algumas vezes nos sentimos sem chão.

    Às vezes isto até ajuda, pois nos faz correr atrás do lucro em vez de ficar a chorar o prejuízo.

    Mas momentos há em que apenas a fé resolve, pois mantém a esperança, a qual teima em não morrer, quando tudo já morreu.

    []s

    Robson Z. Conti
    Apenas a Verdade prevalecerá
    Paz e Felicidade a todos

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  3. Olá pessoal,

    Eu tinha preparado este adendo para ser postado ontem mas acabei não conseguindo. Aqui vai então.

    O estabelecimento de um ponto de vista tem diversas etapas e nuances.

    Este ponto de vista pode ser um “chute”, um achismo, uma crença, uma opinião, uma inferência, uma hipótese ou conjectura, uma tese, uma teoria ou uma conclusão formalmente estabelecida em função de evidências lógicas ou empíricas indiscutíveis.

    O ponto de vista de menor valor é o “chute”, já que qualquer pessoa pode chutar qualquer coisa.

    Mesmo podendo acertar, não tem fundamento em nenhuma evidência, o que reduz drasticamente a possibilidade de acerto.

    Em seguida vem o achismo, muito similar ao chute, porém com base na posse de algum tipo de informação a respeito do assunto.

    Como esta informação é pouca e/ou de baixa qualidade, a possibilidade do achismo estar correto é também pouca e baixa.

    Já a crença é fundada em fé e sentimentos, o que, se não lhe retira a possibilidade de acerto, também não lhe garante nada, pois qualquer pessoa pode ter fé ou sentimentos os mais diversos a respeito do mesmo assunto, o que retiraria das crenças assim produzidas a possibilidade de estarem todas certas.

    Um detalhe interessante é que, mesmo sendo diferentes em detalhes, pode ocorrer de crenças terem um núcleo comum, o que lhes forneceria mais credibilidade e possibilidade de acerto, visto este núcleo em geral ser fundado em algo suficientemente forte para ter aceitação geral mesmo por pessoas que discordam profundamente nos detalhes.

    As opiniões são pontos de vista bem fundamentados em informações que nos permitem ter algo como possivelmente verdadeiro, porém insuficientes para uma afirmação categórica, só possível em casos muito bem delineados.

    As inferências são pontos de vista muito bem fundamentados em informações, que nos permitem considerar algo verdadeiro com elevado grau de certeza, porém insuficientes para uma afirmação categórica, só possível em casos muito bem delineados.

    Em seguida temos o caso das conjecturas, hipóteses, teses e teorias, as quais diferem na quantidade e na qualidade das evidências lógicas e principalmente empíricas que as sustentam.

    O que nos faz lembrar que as famosíssimas teorias da relatividade, quântica e do Big-Bang são apenas teorias.
    +

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  4. +
    Quando uma hipótese apresenta evidências e argumentos suficientes para explicar algo de forma mais completa, ela pode ser chamada de teoria ou modelo, sendo que este, em geral, une duas ou mais teorias, como é o caso do modelo cosmológico padrão.

    Quando um modelo ou teoria consegue se impor indiscutivelmente, por evidências empíricas, teoremas e silogismos, ele passa ao almejado status de lei natural.

    Há ainda algo que é considerado tão indiscutível que passa a ser considerado um princípio, ou seja, algo acima de qualquer suspeita por uma quantidade tão elevada de pessoas e estudiosos que se torna virtualmente inatacável.

    O mais célebre princípio talvez seja o de Arquimedes, jamais contestado ao que eu saiba (se bem que não duvido que os partidários da teoria quântica contestem qualquer coisa, pois algo fundado sobre um absurdo pode fazer qualquer absurdo).

    Ainda assim, mesmo com tudo isto, não podemos nos esquecer do alerta feito pelo físico Michio Kaku em seu livro Hiperespaço (página 138), em que ele conta a estória do cientista que foi anestesiando uma a uma as pernas de uma pulga e tocando um sino para que saltasse, após cada perna ser anestesiada, para o que havia treinado a pulga.

    Quando anestesiou a última perna e a pulga não saltou ao soar o sino repetidas vezes, o cientista concluiu, absolutamente convencido, com o uso de procedimento previsto pelo rigoroso método científico, e com base em observações e dados irrefutáveis...










    que pulgas escutam com as pernas!

    Ou seja, mesmo que concluir seja considerado primariamente saber, e que a Verdade seja sempre encontrada na simplicidade, ser simples não é ser simplista e nem simplório.

    Pois mesmo as conclusões fundadas em experimentos e que nos parecem lógicas podem nos enganar em vista de não termos o conhecimento profundo e abrangente o suficiente que nos seria necessário para afirmações categóricas.

    Deste modo, contrariando com imensa felicidade o dogma sofista que diz que tudo é relativo, apesar da Verdade absoluta existir porque Deus existe, a nós apenas cabem verdades objetivas, as que são decorrentes de teoremas e silogismos irretocavelmente exatos.

    Todo o restante será, a rigor, no máximo, opinião, mais bem fundada ou menos bem fundada.

    Nada mais.

    []

    Um aprendiz
    Apenas a Verdade prevalecerá
    Paz e Felicidade a todos

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