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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Professor "terrorista" de religião no Brasil

Os alunos brasileiros estão aprendendo religião ou terrorismo?



Um dos malfeitores mais procurados do mundo, o iraniano Mohsen Rabbani ministra  “cursos de formação religiosa” para brasileiros pobres aliciados no interior do país.

(Rodrigo Rangel)




Mohsen Rabbani é o homem acima,  de barba branca, coberto pela veste marrom e que usa turbante. Entre as dezessete pessoas que o cercam, oito são brasileiros.  É considerado por muitos como um professor. A sala de aula fica em Qom, cidade do Irã que é sagrada pelos muçulmanos xiitas. Convertidos ao islamismo, os jovens brasileiros viajaram com todas as despesas pagas como objetivo oficial de aprofundar seus conhecimentos sobre a religião. O proselitismo e o arrebanhamento de adeptos são comuns a todas as crenças. Nesse caso, porém, existem distorções preocupantes. Rabbani não é um professor qualquer.  
A revista Veja revelou que, além de ostentar a condição de um dos terroristas mais procurados do mundo, ele também é responsável pelo recrutamento de jovens brasileiros para cursos de “formação religiosa”. O que esse terrorista apontado como executor de um dos mais sangrentos atentados da história e responsável pela morte de mais uma centena de pessoas pode estar ensinando aos brasileiros é,  no momento, uma das principais preocupações das autoridades. As pistas descobertas até agora para desvendar esse mistério não são nada alentadoras.
O “professor” Rabbani é procurado pela sua participação em atos terroristas desde 9 de novembro de 2006, Sua captura é considerada tão vital que a Interpol o incluiu na chamada “difusão vermelha”, a seleta lista dos homens mais procurados do mundo. A ordem internacional de prisão contra Rabbani foi expedida pela Justiça argentina. Ele é apontado como um dos mentores dos dois atentados contra alvos judeus em Buenos Aires, que mataram nada menos que 114 pessoas em 1992 e 1994. Rabbani era funcionário da Embaixada do Irã na capital argentina e teria atuado não só na elaboração como também na execução dos terroristas. Com status de diplomata, hoje ele é protegido do regime do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad – e o responsável pela arregimentação de seguidores em toda a América Latina , que se dá mediante promessa de influência religiosa e também de dinheiro. Chama a atenção o esforço de Rabbani em amealhar seguidores  em regiões pobres do Brasil sem nenhuma tradição ligada ao Islã.

“Rabbani representa um grave risco para a segurança, inclusive do Brasil. Na Argentina ele difundiu sua visão do Islã radical, extremista e violento, que resultou em dezenas de vítimas nos ataques terroristas em Buenos Aires. Agora, baseado no Irã, ele continua a desempenhar um papel significativo na propagação do extremismo na América latina”, disse a Veja o promotor Alberto Nisman, chefe da unidade especial do Ministério Público argentino encarregado de investigar os atentados.
O aliciamento de brasileiros para os cursos de Rabbani no exterior vem sendo acompanhado há  quatro anos pela Polícia Federal e pela Abin, o serviço secreto do governo. É o próprio Rabbani, com ajuda de pessoas de sua confiança, quem escolhe os que devem embarcar. De 2007 até hoje, três grupos de brasileiros já visitaram o Irã. Há razões de sobra para tamanha vigilância. O curso tem, de fato, um forte conteúdo religioso. Mas não é isso que preocupa. Alunos de uma das turmas de Rabbani já confidenciaram que durante as viagens visitaram instalações do grupo radical libanês como  Hezbollah, organização considerada terrorista por muitos países, entre eles os EUA. Relatórios aos quais a Revista Veja teve acesso apontam os cursos do professor Rabbani  como uma porta de entrada para o terrorismo. De acordo com esses documentos, as aulas são usadas para fazer pregações radicais e incluem treinamentos em campos militares.

A 180 km do Recife, no agreste pernambucano, a cidade de Belo Jardim é o mais ativo centro de recrutamento de extremistas. Dos oito brasileiros selecionados para a primeira turma, levadas ao Irã no fim de 2007, quatro eram de Belo Jardim. Um irmão de Mohsen Rabbani que morava em Curitiba cuidou pessoalmente do recrutamento. Hoje, a cidade pernambucana de 58 000 habitantes merece constante atenção de agentes da Polícia Federal e da Abin. Entre os brasileiros aliciados estão um mototaxista, um professor primário, um funcionário do Banco do Brasil e um professor de inglês – todos de famílias humildes. Erlan Batista machado, o mototaxista, nunca tinha entrado num avião até o dia em que embarcou para São Paulo e, de lá, para o Irã, onde fez o curso a convite do iraniano Rabbani.
No Irã ganhou um novo nome: Sayd. Abordado por Veja, Erlan disse que aceitou o convite porque queria conhecer mais sobre o Islã. “Foi uma experiência maravilhosa”, afirmou. Ele contou que nunca teve contato com terroristas ou grupos radicais.

A reação do professor João Adriano Oliveira foi a mesma ao ser indagado sobre o assunto: “Foi apenas um curso de religião”.  João Adriano, que dá aulas em uma escola pública da cidade e diz dominar o idioma árabe, era um líder natural do grupo formado em Belo Jardim. Rebatizado com o nome de Abw Husayn, cabia a ele fazer os contatos com o irmão de Rabbani e com o Irã. As despesas de viagem foram pagas por uma fundação coordenada por Rabbani e patrocinada pelo governo de Ahmadinejad. João e seus colegas de curso receberam também pequenas quantias em dinheiro no período de permanência do Irã. Voltaram  com a promessa do próprio Rabbani de que ele doaria 350 000 dólares para a construção de uma mesquita na cidade.

Mensagens trocadas entre o grupo e interceptadas pela polícia brasileira revelam que o objetivo do recrutamento de brasileiros e suas viagens ao Irã envolve mais do que a iluminação espiritual por meio da religião islâmica. As mensagens contêm evidências de que o grupo e seus chefes no Irã têm algo a esconder..

A reportagem teve acesso a e-mails trocados por João Adriano (Abw Husayn) com Rodrigo Jalloul, um paulista  que foi par ao Irã há quase 4 anos e por lá ficou – hoje, segundo as investigações, ele é o braço direito de Rabbani para assuntos que dizem respeito às atividades clandestinas no Brasil. Em uma mensagem de 5 de abril do ano passado, João Adriano  avisa Jalloul, que planejava vir ao Brasil para uma visita, da existência de investigações sobre o grupo: “Envolveram a polícia Federal numa investigação policial  sobre lavagem de dinheiro para o Hiszullah. Um dia poderemos falar muito sobre tudo isso, mas creio que até hoje, mais de uma não somo monitorizados (sic). Se vier, o faça em segredo, de última hora e só avise estando na região”.

Entre os papéis apreendidos consta um anexo do documento que ilustra essa reportagem. Eles fazem referência ao Hesbollah e reproduzem seu inflamado discurso contra Israel e os judeus. Os alunos do curso de extremismo no Irã trouxeram na bagagem fotos de instalações mantidas pelo grupo libanês, em solo iraniano – o roteiro incluiu excursões a diferentes  regiões do país e visitas a líderes religiosos e políticos. “Não  têm nada de terrorismo, o que nós aprendemos aqui é religião, e o senhor Rabbani nos diz que estas acusações  contra ele são todas falsas”, disse a Veja Rodrigo Jalloul. Não é o que pensam os responsáveis pela vigilância dos movimentos do terrorista no Brasil. “ Nosso maior temor é que estejam recrutando soldados para futuras ações terroristas por aqui, e por essa razão devemos redobrar a atenção sobre essas viagens, especialmente porque em breve teremos no Brasil eventos de dimensão planetária, como a Olimpíada e a Copa do Mundo, que podem encorajar essas pessoas a cometer atos extremos”, afirma uma das autoridades que cuidam do assunto.

Junto com os recrutados em Belo Jardim viajaram para o Irã jovens da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica  e México. Os laços do grupo com a América do Sul vão além do aliciamento. A polícia Federal tem informações de que Rabbani veio ao Brasil algumas vezes nos últimos anos. Numa delas, há cerca  de três anos, ele se valeu de um expediente com potencial de causar uma crise diplomática.. O extremista embarcou em Teerã com destino a Caracas, na Venezuela. De lá, entrou ilegalmente no Brasil. Operado pela estatal iraniana de aviação, o vôo Teerã- Caracas era chamado pelos oficiais da inteligência  de “Aeroterror”, por supostamente facilitar o acesso de suspeitos de terrorismo à América do Sul.

O conivente governo venezuelano costumava negar o acesso da Interpol à lista de passageiros desse vôo. A movimentação do professor Rabbani estava sendo acompanhada. A ideia  era prende-lo no Brasil. Avisada, a Polícia Federal chegou a montar uma operação – mas a ordem para desencadeá-la demorou a chegar devido a uma complicada discussão sobre a conveniência política da prisão. O extremista escapou mais uma vez.





Revista Veja - edição 2213 - 20/04/2011

(Selma)

11 comentários:

  1. Selma, agradeço o texto e o seu retorno.
    Ainda sobre o texto, tem jeito de publicar o nome dos repórteres que trabalharam na matéria?
    Um forte abraço.

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  2. Oi Hosaka!
    Desculpe a minha falha. O nome do repórter é Rodrigo Rangel. Abraço.

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  3. isso é tudo mentira vamos tomar providencias eu sou brasileiro, inclusive antes de vc publicar algum no seu blog deveria saber da fonte se etsá correto, outra coisa não sei s evc sabe que essa materia está em processo pois nada do que é sitado é verdade o sr. rabbani é um emppresario, os brasileiros todos afirmam que tudo é mentira e o rodrigo jallou è apena sum brasileiro que foi estudar no ira para ser lider religioso no brasil, então não entendo da onde sai tanta revolta, e preconceito contra os mulçumanos.

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  4. concordo plenamente, os brasileiros muçulmanos estão sendo prejudicado por causa de uma simple materia sensacionalista para gerar mais dinheiro. Incrivel de como não falam de padres pedofilos e pastores 171 como vemos diariamente nas ruas e niguem faz nada, vendo devios e mais desvios de dinheiro pela alienação da classe c que é a mais afetada por esses porcos que pensam em dinheiro e esquecem de que este brasileiro que está no iran quer ser apenas um lider religioso muçulmano e é discriminado por essa escolha que a todos os ignorantes julgam terrorista. Se queiserem descobrir se há terrorismo no Brasil frequente a mesquita mais proxima da sua casa e tire suas conclusões e tenho certeza de que muitos vão vir para o Islam...

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  5. Amigos Anônimos, eu nada tenho contra os muçulmanos. Tenho amigos muçulmanos que são pessoas maravilhosas.
    O texto não é meu, como vocês viram. É da Revista Veja. Isso não significa que meu ponto de vista seja o mesmo do autor do texto.
    Como esse é um blog cujo tema deveria girar em torno de religião, coloquei a matéria.

    Agradeço os comentários.

    Um grande abraço e felicidade para vocês.

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  6. eu comentei não criticando seu blog apenas a materia pois foi muito ofensiva, aqui segue o link de um resvita islamica brasileira, leia e se queiser pode postar alguns textos tenho erteza que depois de ler a resvita vai mudar bastante seu ponto de vista http://issuu.com/revista_evidencias

    fique com deus.

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  7. Amigo Anônimo Muçulmano, criei uma postagem sobre ao link que vc indicou:

    http://grupodediscussaoreligiao.blogspot.com/2011/04/islamismo.html


    Se tiver um tempinho dê uma olhada.

    Abraços!

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  8. Os islâmicos radicais terroristas são inimigos públicos, e devem ser denunciados! Por acaso ninguém sabe qual é o tipo de islamismo que o estado do Irã impõe. Um estado radical, teocrático, terrorista, desumano, certamente, deve ser reprimido com todas as armas que o povo tem. D-us abençoe os jornalistas leais e seus blogs. Ótimo post, parabéns!
    Raom Benarez

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  9. As fontes têm de ser neutras. Revistas islâmicas nao conta.

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  10. Quando menina já pesava 80 quilos. Hoje estou em plena forma, peso 125 kg e meu apelido é : Gordozila.Quem sou ?????

    Nihil ( )
    Sandra ( )
    Tetê ( )
    Luma ( )

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  11. Conferencista cada vez mais reconhecido, o pastor Silas Malafaia é um incansável pregador da Palavra de Deus com livre circulação nas diversas denominações existentes no Brasil e no exterior. Seu estilo eloqüente, franco, direto e questionador são características que marcam a sua trajetória ao longo de 28 anos como defensor da fé cristã.

    Os princípios e os valores éticos, morais e espirituais da Igreja de Cristo são a sustentação para um ministério atuante em segmentos fundamentais para a divulgação do evangelho, como as áreas televisiva, editorial e fonográfica.

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