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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Por que o Adilson não é feliz?

por Vera Ghimel - veraghimel@oi.com.br


Primeiro, devemos entender o significado da palavra feliz. Muitas pessoas acham que ser feliz é entrar no universo daquilo que foi pré-estabelecido pela sociedade dominante. No Brasil, parece que é alcançar um posto profissional invejável, ter um carro do ano que desperte admiração, se vestir com roupas aceitas pelas regras de um determinado grupo que a pessoa frequente, ir a lugares caros onde será visto e reconhecido por amigos comuns, viajar a locais da moda, e mais uma vasta quantidade de pré-quesitos sociais de sucesso e aparência para se sentir aceito e aprovado. Que tormento!

Já atendi muita gente que cumpriu essa extensa lista de afazeres e continua infeliz. O dinheiro nos traz comodidades, mas se for o objeto de nosso desejo, trará servidão e medo, basta visitar as manchetes dos jornais nos últimos meses. A pessoa que passa boa parte do seu tempo tomando conta da “bolsa”, do “dólar”, da “onça”, pensa que está vivendo, até infartar ou se matar.

Estou falando de bem-estar interno. De se gostar e se aceitar plenamente antes de se aventurar às mudanças de vida. Não para perseguir um sonho que é mais uma satisfação social do que uma agradável jornada. Não é para fazer feliz papai, mamãe, amigo, etc. É para se sentir feliz com você.

Nossa história pessoal é apenas parte de nós. Quando nos olhamos num espelho, temos que transcender a nossa porta de apresentação pessoal (aparência, currículo etc). Somos maiores do que isso, basta não permitir o EGO tomar conta de tudo. Ele faz com que nos vejamos limitados, medíocres, presos. Não é preciso desconstruí-lo, pois ele também é importante para a devida auto-avaliação. Não se pode é dar poder a ele. É como se numa empresa de grande porte, chamassem o faxineiro para decidir sobre os rumos da instituição. Cada um faz bem o que se propõe fazer. O EGO é um subalterno numa macroestrutura que devemos entregar para quem entende. Se formos deixar para ele as nossas grandes decisões, estaremos fadados não só ao insucesso como as más escolhas. O grande diretor presidente de nossa estrutura é o nosso EU SUPERIOR que está “ali” pertinho de DEUS. Quando não temos direção, o melhor a fazer é parar, esvaziar a cabeça e submeter a apreciação d´ELE.

A pergunta é: o que eu estou repetindo que ainda não entendi o porquê? Quando começou o que eu estou insistindo em fazer e para que propósito, o que está me ensinando? Uma vez aprendida a lição extraída dessas perguntas, a vida tratará, espontaneamente, de trazer as soluções.

Somos seres duais, vivendo experiências que precisam ser aprendidas. Não é necessário ficar julgando se fez ou não o que deveria, pois o que foi feito era o possível na hora. Livre-se da culpa, pois além de engessar, não traz nada de inteligente em nossa vida. Pare de perseguir modelos que não são seus. Você é único, portanto fará do seu jeito. Deixe as emoções fluírem, pois elas represadas quando saem, são perigosas. Não fique preocupado com o que os outros pensarão de você, pois não viemos aqui para sermos avaliados por ninguém, isso é outra cilada.

Ser livre é ter certeza que a sua vida está sendo dirigida pelo melhor pra você. É poder ver o que aconteceu de trágico ou de bom e dali extrair o que podemos aprender sobre isso. Nenhum acontecimento é em vão. Tudo está encadeado como numa trama de novela que dará um resultado. Tenha paciência e não queira ver logo o último capítulo. Não fique pensando que nada tem solução, isso é a sua voz interna (arquétipo) que está ali para te boicotar. Quando ela aparecer, converse com ela e faça algumas perguntas tais como o que ela quer dizer com aquilo, de onde surgiu tal história, o que você precisa saber mais sobre isso, até que essa voz não tenha mais função e se transforme num aliado. Aceite seu lado sombrio ou aquele do qual você não gostaria de expor ou mesmo lembrar. Lembre-se que tudo faz parte do nosso todo e quanto mais você aceitar aquilo que te envergonha, mais rápido se transforma em algo produtivo.

A nossa vida é uma série de acontecimentos que se forem compreendidos (sem julgamento) após os sentimentos externados, podemos construir algo verdadeiro e só nosso, com o nosso jeito e entusiasmo. Não fique preso no seu drama. Ele apenas serviu para te construir. Você é mais do que sua história. Aceite a sua grandeza. Isso sim é ser feliz!

http://www.stum.com.br/clube/artigos.asp?id=17863 (Frank)

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