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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ah, o amor!

Quem nada conhece, nada ama.
Quem, nada pode fazer, nada compreende.
Quem nada compreende, nada vale.
Mas quem compreende também ama, observa, vê...
Quanto mais conhecimento houver inerente numa coisa
tanto maior o amor...
Aquele que imagina que todos os frutos
amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas,
nada sabe a respeito das uvas.
(Paracelso)



 Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente. (M.Paglia)”

Foi com essa frase que o William ( Blog Filosofia Matemática ) me apresentou M. Paglia e sua famosa frase que pode ser encontrada facilmente na net, para ocasiões especiais tais como dia dos namorados.
Fiquei imaginando a quantidade de adolescentes  que enviam frases como esta por e-mail com a finalidade de demonstrar que o que sentem pelo objeto amado é muito mais que um substantivo abstrato. O amor ( ou melhor, a paixão) é uma febre de 40 graus na adolescência. Disso eu sei, pois muitas vezes me consumi nessa febre.

Não sei se é possível amar uma pessoa somente e para sempre, mas penso que é possível amar alguém verdadeiramente. Isso porque o amor para sobreviver  nutre-se do carinho e atenção do ser amado e se possível de amor igual ou maior em tamanho.
 Refiro-me ao amor entre homem e mulher, não amor entre mãe e filho ou irmãos. Muitas vezes conhecemos uma pessoa e  a paixão faz com que nos encantemos com ela. Nesses momentos tudo é maravilhoso... O seu riso é maravilhoso, a sua voz é maravilhosa, o jeito de se vestir é divino. Enfim, é a pessoa perfeita! O céu ainda está azul, não se enfrentou – até então – turbulências no meio do caminho.

Aceitar as turbulências é que faz um amor ser realmente verdadeiro, pois se vive apenas de aparências, não suportará as provações da vida a dois. Não suportando, o dito “amor” acaba... E se acabou não era amor?  Era... Era sim... Mas há percalços no caminho que muito amor não suporta... O chulé do companheiro ( ou companheira), o mau hálito, a traição, o mau humor constante, o desinteresse, a falta de assunto...

Então eu não posso concordar com a frase que diz  “amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre ou nunca se amou...” Não tem como alguém se amarrar para sempre em uma pessoa só para fazer valer a frase. Não li os livros da autora, não li o conteúdo do poema onde a frase se encontra, não sei o significado da frase dentro do contexto. Talvez a autora também não acredite nesse amor eterno que a sua frase tenta transmitir, que sobrevive a todas as agruras da vida. O que pode restar depois da morte de um amor é a raiva ou uma amizade bem pequenininha.

O psicanalista Erich Fromm cita a seguinte frase em seu livro “A Arte de Amar”:
“O amor imaturo diz: 'Eu te amo porque preciso de ti', enquanto que o  o amor maduro diz: 'Eu preciso de ti porque te amo'. “
Concordo plenamente.  Quando se ama alguém, precisa-se também desse alguém ao nosso lado. E é por isso que acredito que se pode amar verdadeiramente e sem cobranças, pois a presença do outro se  torna necessária (mas não obrigatória), para alegrar o coração. O amor seria a necessidade e o motivo principal  que ilumina a vida.

Mas quando o amor não amadurece, não vira fruto e ainda se deseja somente as flores, acredita-se amar somente porque se precisa do outro. Isso significa que se aparecer um segundo outro, podemos trocá-lo por achar mais interessante.    Nesse caso a necessidade ou a precisão, ou a carência, ou a falta, ou a escassez são as razões principais para que o amor se sustente.


Cada um possui uma maneira de amar. Uns amam muito e outros amam pouco. Alguns pensam que amam e uma minoria ama mesmo. O amor maduro, desinteressado e sem neuroses. Não se sabe até quando. Às vezes para sempre.

Paracelso diz uma verdade: “Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas.”
É necessário provar as uvas, as cerejas, as maçãs e também os abacaxis. Só assim saberemos o que nos agrada mais. Mas mesmo tendo preferência pelas uvas, há dentre elas umas que são saborosas e outras que são ácidas. Temos que saber separá-las, pois só assim termos noção do que mais nos agrada.




(Selma)




Um comentário:

  1. Selma, o que faz uma mulher, que depois de passar a vida "a fim" do primeiro namorado- de repente, se apaixona de novo- mas por dois? (fiuuuuuuuu...)

    Já sei, já sei, ela precisa escolher um deles...
    (kkkkkkkk...)

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